Pobreza menstrual é uma expressão utilizada para denominar a falta de acesso a produtos de higiene menstrual e de infraestrutura sanitária adequada em casa e nas escolas. A ausência de informações sobre o assunto também fazem parte deste problema que afeta milhões de brasileiras todos os dias. As que mais  sofrem com essa situação são as que vivem em condições de pobreza e vulnerabilidade.

Segundo o relatório Livre para Menstruar, elaborado pelo movimento Girl Up, no Brasil, uma em cada quatro adolescentes não possui um absorvente durante seu período menstrual. Muitas vezes, quando não há o acesso adequado a esses produtos, logo, as mulheres improvisam, permanecendo com o mesmo absorvente por muitas horas ou utilizando pedaços de pano, roupas velhas, jornal e até miolo de pão, o que pode resultar em problemas que variam desde alergias e candidíase até a síndrome do choque tóxico, potencialmente fatal. A saúde emocional também é outro problema sério, ocasionando um aumento de evasão escolar.

Pobreza menstrual no Brasil

Uma sociedade na qual as mulheres se sentem envergonhadas pela sua própria menstruação, reflete a dificuldade em se falar sobre o tema, tido como um tabu, o que prejudica que o assunto chegue às esferas políticas. Muitas meninas crescem e passam por toda a fase de primeira menstruação sem nunca ter conversado com familiares e amigos sobre o assunto, passando por todo o processo de forma solitária. Todo o cenário de insegurança da primeira menstruação, acompanhado pela vergonha, medo, preocupação e até rejeição, é ainda acentuado quando a pessoa não tem os itens mínimos de higiene necessários à sua disposição.

Pode-se notar que a pobreza menstrual não consiste apenas na ausência de poder aquisitivo para a compra de itens de higiene íntima, mas representa também a falta de informação e a forma como o tema ainda é visto pela sociedade. O absorvente hoje, infelizmente, não é considerado como item prioritário por muitas famílias e, principalmente, pelas políticas públicas do país, o que favorece a conjuntura de falta de conscientização e ações sociais, educacionais e, principalmente, de saúde pública.

Essa é uma triste constatação de negligência por parte das autoridades que deveriam garantir o mínimo da dignidade feminina. Nosso país carece de investimentos em infraestrutura e acesso aos produtos de higiene menstrual às mulheres pobres. Algumas soluções para este problema seriam, a disponibilização de absorventes em postos de saúde, assim como já é feito com preservativos e medicamentos, e a redução na taxação de impostos desses produtos, a fim de torná-los mais acessíveis. O saneamento básico nas escolas e nos lares brasileiros, também deveria ser uma obrigação. Deve ser uma necessidade prioritária de políticas públicas reverter este problema. Trazer esse assunto é de extrema importância para que a sociedade em conjunto busque meios de resolvê-lo.

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