A doença merece atenção, mesmo em tempos de pandemia da Covid-19. Esclareça as principais dúvidas e veja como se proteger.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada ano, em todo o mundo, cerca de 390 milhões de pessoas são infectadas com o vírus da dengue. “Neste ano, percebemos um aumento nos casos, entre janeiro e março, mas acreditamos que os números, na realidade, sejam ainda mais elevados. Isso porque em alguns aspectos a dengue se confunde com a Covid-19, o que pode levar a subnotificações”, alerta Walter Chimello Balhester, médico da UPA de Francisco Morato e coordenador médico do hospital metropolitano Santa Cecília, na cidade de São Paulo.

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Como é transmitida?

A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus. Esse é o mesmo mosquito transmissor da zika e chikungunya.
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Quais os tipos?

Existem quatro tipos de vírus de dengue - sorotipos 1, 2, 3 e 4. Cada pessoa pode contrair a doença até quatro vezes, já que a infeção por um sorotipo não gera imunidade para os demais. E o risco de a doença evoluir para uma forma grave é maior em quem já teve a infecção do que naquela que nunca contraiu o vírus.
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Quais os sintomas?

Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas na pele. Pode ocasionar sangramento na pele, mucosas, órgãos internos e até levar à morte. Os idosos, assim como os portadores de alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada, fazem parte do grupo de risco.
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Como diferenciar da Covid-19?

Segundo Chimello, as duas doenças são virais e apesentam sintomas comuns, como febre, dor de cabeça e no corpo. “No entanto a Covid-19 é uma doença respiratória, que se caracteriza por tosse muito forte e falta de ar, quadro que não faz parte dos sintomas da dengue. Essa, por outro lado, tem entre suas características a formação de petéquias, pequenas manchas marrom-arroxeadas. Elas surgem porque o sangue se torna mais fino e extravasa sob a pele. Mas, na dúvida, o melhor caminho é realizar o exame de Covid, o RT- PCR, e a sorologia para dengue, para um diagnóstico preciso”, orienta o médico.
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Como tratar?

Não há tratamento específico para a dengue, mas os sintomas podem ser aliviados com medicamentos para dor ou febre, prescritos pelo médico. Recomenda-se, ainda, tomar bastante líquido, e evitar o uso de remédios à base de ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral, AAS) e anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias.
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E como prevenir?

“O Aedes aegypti se reproduz na água parada – e por isso, mesmo, o pico da doença ocorre no verão, época em que temos mais chuvas. No entanto, durante todo o ano, é importante evitar a proliferação do mosquito, eliminando água armazenada que possa se tornar possível criadouro”, alerta o médico. Medidas simples, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia, tampar a caixa d´água e retirar do quintal os objetos que possam acumular água, como garrafas pet, latas e pneus.

Vale a pena, também, evitar circular por áreas endêmicas ou com a presença do inseto, instalar telas de proteção em janelas e portas para impedir que o mosquito acesse os ambientes interno e aplicar repelente principalmente durante o dia – quando eles são mais ativos.

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