No final de maio, o Pronto Atendimento de Arroio dos Ratos (RS) recebeu a doação de 250 máscaras descartáveis da Penitenciária Estadual (PEAR) localizada na cidade.
Produzidos pelos próprios presos, os acessórios seguem o padrão estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são confeccionados com duas camadas de material TNT e uma camada de tecido filtrante elástico.
A iniciativa faz parte de um programa de ressocialização do sistema prisional do Rio Grande do Sul, que já atingiu, no final de maio, a meta de produção de 100 mil máscaras de proteção, utilizadas pelos presos e pelos servidores.
A produção dos acessórios envolve cerca de 200 presos em 24 casas prisionais de todas as regiões do Estado. Já foram doadas a outras instituições, parceiros ou para a comunidade pouco mais de 27 mil unidades.
Na Penitenciária de Arroio dos Ratos, 11 apenados estão trabalhando na iniciativa. A produção chega a 800 máscaras por dia, e o projeto prevê a confecção de 30 mil equipamentos.
“Sabíamos desse projeto e, por sermos parceiros da PEAR atendendo os detentos no PA, eles se prontificaram em nos enviar mais máscaras sempre que necessário”, comemora a gestora do Pronto Atendimento, a enfermeira Betina Schmiditt.
Demanda motivou o projeto
A estrutura contempla uma linha de produção, em que os apenados se dividem entre estações de trabalho – molde, corte, costura, montagem e embalagem -, sob orientação das instrutoras voluntárias Carmem Lúcia Ferreira, Eny Lopes Ávila e Loa Lopes Ávila.
Os participantes passaram por capacitação oferecida pelo Conselho da Comunidade de Arroio dos Ratos e as máquinas de costura foram doadas pela Capelania Prisional da Igreja Assembleia de Deus – Ministério da Restauração.
O projeto contou também com a participação do Judiciário, uma vez que a Vara de Execuções Criminais da Comarca de Butiá destinou o valor de R$ 7.679,00 para a compra de TNT, elástico, linhas e embalagens.
A motivação para a criação desse programa no sistema prisional do Estado teve como ponto de partida a alta demanda por equipamentos de proteção tanto pelos servidores penitenciários quanto pelos profissionais da saúde, combinada à pouca oferta do produto.
“O trabalho de confecção de máscaras promove o trabalho e a inclusão social dos apenados, além de contribuir com a sociedade neste momento de enfrentamento à pandemia”, ressaltou o diretor da Penitenciária de Arroio dos Ratos, José Giovani Rodrigues de Souza.
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